Fazendas de leite a pasto bem manejadas superam sistemas intensivos em produtividade hídrica

Resultado de pesquisa da Embrapa Pecuária de São Carlos, mostrou que sistemas de produção de leite intensivo com bons índices de eficiência e bem manejados, mostraram produtividade hídrica superior a modelos mais, como semi-confinamento e confinamento. A produtividade hídrica é a relação do produto) pelos litros de água consumidos (para produzir produtos), levando em consideração consumos diretos e indiretos.

Segundo o pesquisador Julio Palhares, que coordenou o estudo, o tipo de sistema utilizado pelo produtor, a produtividade hírica é influenciada pelos indicadores de produção total do leite da fazenda, um sistema independente de vacas em lactação e o tipo de alimentação fornecida aos animais. A pesquisa avaliou a produtividade hídrica de 67 leiteiras no sul do Brasil. Foram 57 fazendas a pasto; sete, semi-confinadas e três, usando o confinamento, localizadas em uma das principais bacias leiteiras do Estado do Rio Grande do Sul, a de Lajeado Tacongava. 

As propriedades estão localizadas em quatro municípios: Serafina Corrêa, União da Serra, Guaporé e Montauri, que representam 81,7% do total de fazendas leiteiras da região. como propriedades em sistemas de produção semiconfinados e confinados, e 83% daquelas que adotam sistema a passado. O trabalho foi publicado na Revista Internacional Journal Science of the Total Environment em parceria com o Instituto Leibniz de Engenharia Agrícola e Bioeconomia, da Universidade de Caxias do Sul e da Emater (RS).

No sistema a pasto, a produtividade hídrica do leite varia de 0,27 a 1,46 kg de leite por metro cúbico de água; no sistema semiconfinado9 foi de 0,5 a 1,1 kg de leite; não confinado, de 0,89 a 1,09 kg de leite por metro cúbico de água. “Quanto maior a produtividade hídrica, melhor o uso da água dentro da porteira”, explica Palhares. Das fazendas a passado do sistema, 20 apresentaram maior produtividade hídrica do que todas as propriedades semi-confinadas. Quando comparado ao confinado, o modelo baseado em pastagem alcançou resultados semelhantes - foi observada maior produtividade hídrica em 22 fazendas.

“A grande variabilidade da produtividade hídrica influenciada por uma escalava de aspectos produtivos, pois o indicador é produtivo, o que reforça a importância em fazenda. Elevadas desde produtividades hídricas podem ser alcançadas, independentes do sistema de produção, que ele seja bem manejado”, explica o pesquisador.

Sustentabilidade - A água é um dos fatores de produção mais importantes para a atividade leiteira. Ela é essencial para a produção de alimentos aos animais, para o consumo do gado e para a realização dos serviços de limpeza. Segundo Palhares, a gestão adequada do recurso nos sistemas de produção precisa ser para garantir a sustentabilidade da atividade leiteira.

“A avaliação da produtividade hírica permite identificar os pontos de uso da água e, consequentemente, propor boas práticas de seu uso. A produtividade hídrica é dependente do tipo de sistema de produção, espécies e raça do animal, e o tipo e a origem dos componentes da dieta animal. Dessa forma, é fundamental avaliar o fluxo de produtividade hídrica em escala de fazenda para ajudar o produtor a entender os usos de água e otimizar o uso desse recurso”, conta Palhares.

A adoção de boas práticas com o objetivo de alcançar uma maior eficiência no uso da água, além de reduzir o consumo, melhorar a produtividade hídrica. Para o pesquisador, a maneira mais rápida de melhorar a atividade nutricional ou o valor da produtividade hídrica se dá pelo manejo correto, com impacto na redução do custo de produção da leiteira. De acordo com ele, um sistema menos intenso com alta produtividade de água pode significar menor custo de produção, menos dependência de insumos externos, menor geração de necessidade por área.

“A intensificação do sistema de leite uma tendência mundial, principalmente pela probabilidade de escalada. No entanto, sabe-se que a intensificação dos passivos ambientais e sociais. Semos mais elevada produtividade agregada em sistemas hidráulicos menos intensificados é um ponto que pode contribuir para a viabilidade ambiental do sistema de bem agregado como valor ao produto”, explica.

Ao analisar a intensificação dos sistemas de produção, como fazendas confinadas, sob a perspectiva da produtividade, estes sistemas são mais compostos. Mas essa perspectiva não pode mais ser uma avaliação única de produtos de origem animal. A dimensão ambiental também deve ser considerada seus diversos aspectos, como a água, o uso eficiente de gases do efeito estufa e a preservação da biodiversidade destacada.

As informações são Embrapa Pecuária Sudeste.