COE da pecuária leiteira registra segunda queda em três anos
22-08-2022 10:09:20 Por: Caio Monteiro e Catarina Simplicio, Boletim do Leite Cepea. Foto: Alcides Okubo Filho, Embrapa
Em julho, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira apresentou recuo de 0,44% na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), a segunda queda em três anos e a mais significativa desde agosto de 2019, quando a retração foi de 0,5%.
De janeiro a julho de 2022, porém, o COE ainda avançou 3,89%, elevação bem menos intensa que a verificada no mesmo período de 2021, de 12,90%. A desaceleração da alta dos custos de produção está atrelada ao movimento de queda dos concentrados neste ano.
Essa categoria de insumos teve desvalorização de 0,99% entre junho e julho, seguindo o movimento observado em abril e maio. A baixa ocorreu devido à retração nos preços do milho, pela maior oferta do grão. Dentre os estados que compõem a “Média Brasil”, os recuos mais expressivos do concentrado foram observados em Santa Catarina, Goiás e no Paraná, enquanto os demais estados apresentaram estabilidade nas cotações durante o mês.
As operações mecânicas dentro das propriedades também registraram baixas em julho, por causa da redução dos impostos nos preços dos combustíveis, diminuindo o preço do diesel nas bombas.
Por outro lado, alguns grupos de insumos se valorizaram, limitando a queda do COE: suplementação mineral (2,94% entre junho e julho), medicamentos para controle parasitário (1,01%) e sementes de forrageiras (0,52%).
O preço do leite pago ao produtor seguiu em alta em julho, o que, combinado à queda nas cotações do milho, levou a relação de troca a fechar o mês em patamares mais favoráveis ao produtor. Em julho, foram necessários 25,7 litros de leite (“Média Brasil” do produto pago ao produtor) para a aquisição de uma saca de 60 kg de milho (base Campinas/SP) – a média da relação de troca nos últimos 12 meses foi de 38,6 litros de leite por saca.