COE da pecuária leiteira registra segundo mês consecutivo de queda
22-09-2022 09:14:39 Por: Caio Monteiro e Catarina Simplicio, Boletim do Leite Cepea. Foto: Gisele Rosso, Embrapa
Assim como no mês de julho, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira registrou queda em agosto. A retração foi de 0,40% na “Média Brasil”, que considera BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP. Os principais recuos observados nos custos das propriedades vieram dos grupos dos combustíveis, medicamentos de controle parasitário, fertilizantes e, em alguns estados, dos concentrados. Mesmo assim, o COE ainda apresentou alta acumulada de 3,85% entre janeiro e agosto de 2022. Contudo, essa valorização é a menor para o período desde 2019 – já que, em 2020 e 2021, os aumentos foram de 7,57% e de 14,05%, respectivamente.
As cotações domésticas dos combustíveis caíram por mais um mês consecutivo, efeito das desonerações de impostos e da queda dos preços internacionais do petróleo. Na “Média Brasil” o grupo das Operações Mecânicas registrou variação negativa de 4,81%, e os estados que registraram as maiores reduções nesse grupo de custo foram SP (-6,40%) e RS (-6,11%).
No manejo sanitário do rebanho, os preços dos medicamentos de controle parasitário recuaram 0,26% na “Média Brasil”, e os dos antimastíticos, 0,07%. Já as cotações dos antibióticos subiram 0,35%. Segundo colaboradores do Cepea, essa alta veio dos repasses dos laboratórios, que alegam aumento nos custos das matérias-primas.
Outra categoria de insumos que apresentou alta, limitando a queda do COE em agosto, foi a dos suplementos minerais, cujos preços subiram 0,07%. A valorização foi observada principalmente em São Paulo e em Goiás. O grupo dos concentrados também apresentou leve alta no mês, de 0,12% na “média Brasil”, e o estado com o aumento mais significativo foi São Paulo. Já nos estados de GO e MG, os preços do insumo recuaram. Esses movimentos estiveram atrelados às quedas observadas no preço do milho ainda no mês de julho.
O preço do leite pago ao produtor continuou subindo em agosto, enquanto as cotações do milho mantiveram certa estabilidade na média do mês. Com isso, houve redução na relação de troca, que passou de 25,7 litros por saca em julho para 23,1 l/sc em agosto, considerando-se a “Média Brasil” do preço do leite e a média Campinas-SP do preço do cereal. Em comparação com agosto de 2021, quando uma saca de 60 kg de milho valia 41,8 litros de leite, o poder de compra do produtor frente ao insumo subiu 44,7%.
As informações são do Cepea.