COE da pecuária leiteira cai pelo terceiro mês consecutivo
19-10-2022 11:02:50 Por: Caio Monteiro e Catarina Simplicio, Boletim do Leite Cepea. Foto: Brecht Denil, Unsplash
Em setembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira – considerando-se a “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP) – caiu 0,34%. Trata-se do terceiro mês consecutivo de baixa. Os combustíveis, adubos e defensivos foram os grupos de custos que recuaram e que, portanto, influenciaram a queda no COE no mês. De julho a setembro, o custo acumula retração de 1,17%, mas, em 2022, ainda se verifica avanço, de 3,13%. Ressalta-se, contudo, que a receita (preço do leite pago ao produtor) também caiu nos últimos meses.
As despesas com operações mecanizadas realizadas na propriedade seguiram em baixa em setembro, sendo de 3,08% na “Média Brasil” – apesar de acentuada, essa retração foi inferior à observada em agosto, de 4,81%. O recuo esteve atrelado à queda nos preços dos combustíveis, em especial do óleo diesel. Ainda assim, no acumulado do ano, esse grupo de custo apresenta alta de 3,37%.
Quanto aos adubos e corretivos, houve retração de 0,68% em setembro na “Média Brasil”, sendo que as baixas mais intensas foram observadas em Goiás e São Paulo. A pressão veio da maior disponibilidade interna, tendo em vista os crescentes volumes importados por empresas de fertilizantes.
Já no caso do concentrado, principal item de custo das fazendas leiteiras, houve ligeira alta de 0,07% em setembro na “Média Brasil”. Esse movimento se deve ao aumento nos valores dos grãos em Santa Catarina, Goiás e Minas Gerais, que resultaram em avanços de 0,53%, 0,34% e 0,31%, respectivamente, nos preços dos concentrados. Já no Rio Grande do Sul e em São Paulo, o concentrado apresentou desvalorização, de 0,20% e 1,79% respectivamente, limitando a alta da média nacional. Os movimentos distintos de preços foram influenciados pelas diferentes condições de oferta e demanda por grão nos mercados regionais, sobretudo do milho. No ano, os concentrados registram valorização acumulada de 1,28% na “Média Brasil.
Diante disso, cálculos do Cepea mostram que, em setembro, o pecuarista precisou de 27,5 litros de leite para a aquisição de uma saca de milho, contra 23,1 litros no mês anterior, evidenciando uma piora no poder de compra. Em setembro do ano passado, o produtor precisava de 38,8 litros para realizar a mesma aquisição.
As informações são do Cepea.