Lácteos: Exportação cresce, mas déficit da balança comercial é recorde
19-10-2022 11:05:19 Por: Beatriz Pina e Natália Grigol, Boletim do Leite Cepea. Foto: istock
As exportações e importações de produtos lácteos aumentaram em setembro, de acordo com dados da Secex. Contudo, a balança comercial registou seu maior déficit desde janeiro de 2000, quando o Cepea iniciou o monitoramento do mercado internacional de lácteos. Em termos de receita, o saldo ficou negativo, em US$ 99,6 milhões, aumento de 7,2% em relação ao déficit de agosto e mais que o triplo do registrado em setembro de 2021. Em volume, o déficit chegou a 195,4 milhões de litros em equivalente leite, 15% maior que o de agosto/22 e mais que o dobro do verificado no mesmo período do ano passado.
Exportações – Com alta de 12,7% entre agosto e setembro, as exportações de lácteos somaram 8,1 milhões de litros em equivalente leite no último mês, volume 4,5% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Os queijos foram o grupo mais vendido pelo Brasil em setembro, representando 44% do total, com 2,3 milhões de litros em equivalente leite embarcados, alta de 40,6% frente a agosto e de 13,2% em comparação a setembro/21. Os principais países compradores dos queijos brasileiros foram Cuba (31,3%), Chile (20,5%) e Estados Unidos (20,5%). As cotações do derivado registraram alta de 0,8%, em relação ao mês anterior, a US$ 11,88/kg em setembro.
Na sequência, se destacaram as exportações de leite condensado, com participação de 28,9% no total em setembro, somando 2,3 milhões de litros em equivalente leite, mais que o dobro da quantidade registrada em agosto e 20,1% acima da vendida em setembro/21. O valor médio do leite condensado exportado foi de US$ 3,71/kg, alta de 21,6% em relação ao mês anterior. Os principais países compradores desse derivado foram Trinidad e Tobago (38,1%), Paraguai (16,2%) e Venezuela (8,9%).
Importações – As compras de lácteos somaram 203,5 milhões de litros em equivalente leite, 14,9% maior que o volume adquirido em agosto/22 e mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2021. A categoria de leites em pó representou 78,5% do total, somando 159,9 milhões de litros em equivalente leite. Do total, 96,4% foram comprados da Argentina e do Uruguai, e o restante do Paraguai. Na média, o preço dos leites em pó importados foi de US$ 4,20/kg, queda de 1% em relação a agosto/22. As aquisições internacionais de queijos representaram 20,7% das importações de lácteos e foram realizadas à média de US$ 7,71/kg, 0,6% maior que a do mês anterior. Do total adquirido em setembro, 84,2% vieram da Argentina, e 12%, do Uruguai.
As informações são do Cepea.