2022 foi marcado por grandes desafios para o setor lácteo em MT
20-12-2022 13:08:33 Por: IMEA. Foto: istock
O ano de 2022 foi marcado por grandes desafios para o setor lácteo em Mato Grosso. Dentro da porteira, os altos custos de produção com a alimentação animal, a baixa qualidade das pastagens e a saída dos pecuaristas leiteiros da atividade resultaram em oferta limitada no campo, sendo fatores que impulsionaram os preços do leite a patamares recordes. Dessa forma, o preço pago ao produtor de jan.22 a out.22 elevou 31,49% ante o mesmo período de 2021 e atingiu média de R$ 2,45/litro em Mato Grosso.
Já o ICAP-L (Índice de Captação do Leite) de MT registrou recuo de 22,81% no acumulado de jan.22 a out.22, ou seja, houve maiores oscilações negativas no volume em 2022. Do lado da demanda, a população matogrossense se deparou com patamares recordes nas cotações dos derivados lácteos. De jan.22 a out.22, o queijo muçarela valorizou 30,22% no comparativo anual e atingiu média de R$ 32,38/litro. Contudo, com a retomada das chuvas, os preços tendem a cair no final de 2022.
Aumento da balança: o déficit na balança comercial de lácteos cresceu 46,49% ante a 2021 e somou valor de –U$ 47,83 milhões de dólares, devido ao elevado nível de importações em 2022.
Preço nacional em alta: a “Média Brasil” divulgada pelo Cepea elevou 25,93% ante a 2021 e fechou o preço pago ao produtor em R$ 2,74/litro.
Queda na captação: o volume de leite captado em Mato Grosso apresentou queda de 8,02% de 2022 para 2021 e registrou índice médio de 50,19.
Relação de troca diminui: a RT entre o litro de leite e uma saca de milho registrou média de 29,67 litros em 2022, recuo de 23,55% ante a 2021.
As expectativas para 2023 no setor lácteo de Mato Grosso (MT), são de patamares de preços menores que em 2022, contudo com oferta de leite ainda limitada no campo.
Diante do cenário de evasão dos produtores e menor capital para realizar investimentos na atividade, a produção de leite em MT deve oscilar conforme a sazonalidade e os efeitos climáticos durante o ano. Dentro da porteira, a perspectiva é de avanço na produção leiteira no 1º trim.23, atrelado à melhora na qualidade das pastagens diante do período de chuvas no estado. Contudo, a seca pode reverter o cenário altista e fechar 2023 com queda na produção.
De acordo com as estimativas do Imea, a produção pode diminuir 3,16% no próximo ano devido aos custos elevados da atividade. Além disso, as importações podem se intensificar durante a entressafra e aumentar a concorrência no mercado MT. Assim, as expectativas da cadeia leiteira são de preços menores quando comparado com a média de 2022, contudo em patamares acima dos registrados em 2021. Por fim, as perspectivas podem se alterar no decorrer do ano por consequência dos impactos nacionais e internacionais do mercado lácteo.
As informações são do IMEA.