Farelo de soja: Demanda enfraquecida pressiona cotações no BR
23-03-2023 16:08:19 Por: Débora Kelen Pereira da Silva, Boletim do leite Cepea.
Grande parte de consumidores domésticos de farelo de soja esteve ausente das aquisições na primeira quinzena de março. Muitos deles adquiriram volumes para consumo em curto prazo e estão aguardando maior oferta do derivado para fechar novos negócios. Esses agentes esperam preços mais baixos na segunda quinzena de março, fundamentados nas expectativas de safra 2022/23 de soja recorde no Brasil.
Dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do farelo de soja recuaram 2,6% entre a média de fevereiro e a da primeira quinzena de março e 4,7% em um ano. Especificamente na região de Campinas (SP), o preço voltou aos patamares negociados em out/22.
Outro fator de baixa é que, com o aumento na oferta da matéria-prima, o USDA estima produção recorde de farelo de soja no Brasil, de 40,87 milhões de toneladas nesta temporada. No entanto, as vendas também devem ser recordes: 21,1 milhões de toneladas estão estimadas para serem exportadas e 19,85 milhões de toneladas podem ser consumidas internamente.
As projeções de aumento nas negociações de farelo de soja no Brasil se devem à menor oferta na Argentina (principal exportador global deste derivado). De acordo com o USDA, a produção do derivado no país vizinho deve totalizar 27,49 milhões de toneladas, 9,2% abaixo do verificado na safra anterior. Deste total, 24,9 milhões de toneladas de farelo de soja devem ser exportadas, o volume mais baixo desde 2012/13, e 6,35% a menos que na temporada passada.
As informações são do Cepea.