Farelo de soja: Preços seguem em queda, mas demanda externa limita baixas

Embora o Brasil esteja exportando volume recorde de farelo de soja, os preços domésticos continuaram recuando na primeira quinzena de abril. A pressão está atrelada às expectativas de maior oferta, devido à safra recorde de soja no Brasil e à baixa demanda doméstica, uma vez que consumidores estão atentos às consecutivas quedas e indicam que vão aguardar para realizar novas aquisições.

Considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do farelo de soja recuaram significativos 8,9% entre março e a parcial de abril (até o dia 14). Em Campinas (SP), Mogiana (SP), Campo Grande (MS) e Rondonópolis (MT), os valores são os menores desde maio do ano passado, em termos nominais.

A queda doméstica foi limitada pela firme demanda externa. No primeiro trimestre deste ano já saíram dos portos brasileiros 4,48 milhões de toneladas de farelo de soja, de acordo com a Secex, um recorde para esse mesmo período de anos anteriores.

A maior procura internacional pelo derivado brasileiro está relacionada à baixa produção de soja na Argentina, o que deve reduzir a oferta do derivado no país vizinho. De acordo com o USDA, as exportações da Argentina estão previstas em 22,4 milhões de toneladas de farelo de soja na temporada 2022/23, o menor volume desde a safra 2004/05 quando foi de 20,65 milhões de toneladas. Com isso, o Brasil deve absorver parte da demanda externa de farelo de soja. Segundo o USDA, as exportações brasileiras podem chegar ao recorde de 21,4 milhões de toneladas nesta temporada.

As informações são do Boletim do Leite Cepea.