Milho: Com baixo interesse de compra, cotações recuam 8%

As negociações de milho seguem limitadas no mercado brasileiro, sobretudo por causa da ausência de compradores, que negociam apenas lotes pontuais. Nos portos, a demanda pelo cereal também está enfraquecida. Já do lado vendedor, agentes têm sido mais flexíveis quanto aos preços, seja por necessidade de caixa ou de espeço para armazenar a safra verão. Esse contexto, somado à expectativa de safra recorde nesta temporada, tem pressionado as cotações.

Na parcial de abril (até o dia 14), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas, SP) caiu expressivos 8%, fechando a R$ 75,59/saca de 60 kg na sexta-feira, 14. A média mensal do Indicador, de R$ 79,21/sc, já é a menor desde agosto/20 (R$ 77,35/sc), em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI de mar/23).

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, entre 31 de março e 15 de abril, os preços recuaram 6,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e 7,8% no de balcão (preço recebido pelo produtor). Em Paranaguá (PR), a média do dia 15 ficou 12,7% abaixo da do dia 31 de março.

Quanto às expectativas para a temporada 2022/23 no Brasil, com a semeadura se aproximando da reta final nas áreas produtoras e o clima favorável à safra, a Conab apontou, no dia 13, que a colheita nacional está estimada em 124,87 milhões de toneladas, aumento de 10,4% em relação à de 2021/22 e recorde na série histórica do órgão.