Preço do leite pago ao produtor apresentou alta de 3,75% em MT
06-07-2023 12:35:20 Por: IMEA. Foto: Freeimages
O Imea divulgou a terceira estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) para as principais cadeias agropecuárias de Mato Grosso. Assim, devido ao cenário atual do setor lácteo, com queda na captação de leite no estado e evasão de produtores da atividade, o Valor Bruto projetado para 2023 apresentou redução de 3,31% em relação ao consolidado de 2022, passando de R$ 878,73 milhões para R$ 849,64 milhões.
Ainda, segundo as projeções, a produção de leite mato-grossense para 2023 poderá apresentar diminuição de 4,56% ante o ano passado, isso é influenciado principalmente pelos menores investimentos na atividade leiteira, como também pelo aumento das importações a nível nacional, que ocasionam maior disponibilidade de lácteos no mercado brasileiro e limitam a competitividade dos preços dos produtos internos frente aos importados.
Subiu: devido ao início do período de seca a oferta no estado diminuiu, o que refletiu em um aumento de 3,75% no preço pago ao produtor, com média de R$ 2,36/l em MT.
Recuo: com o avanço das importações, a oferta à nível nacional esteve elevada, fato que justificou a queda de 5,98% na média nacional do preço pago ao produtor, segundo o Cepea.
Aumento: acompanhando o cenário do preço pago ao produtor em MT, o preço do leite UHT subiu 1,43% em mai.23 ante a abr.23, sendo cotado a R$ 4,97/l no estado.
Importações brasileiras em equivalente leite no acumulado de jan.23 a mai.23 já são 212,07% maiores que no mesmo período de 2022.
O volume acumulado dos 5 primeiros meses de 2023 já soma 850,26 milhões de litros de leite, fato de preocupação na cadeia leiteira brasileira. Ainda, quando se considera o share das importações na captação nacional, observa-se que no 1º tri. de anos anteriores eram em torno de 2,80% a 5,47%, contudo, no 1º tri/23 as aquisições externas já alcançaram 8,60% da captação nacional. A Argentina e o Uruguai são os principais países que enviam ao Brasil, juntos somam 92,70% no acumulado de jan.23 a mai.23, avanço de 2,99 p.p. ante o mesmo período de 2022.
Assim, levando em conta que nos dois últimos anos as importações seguiram ritmo crescente de abril até setembro, é possível que o Brasil importe volumes ainda maiores nos próximos meses. Tal fato torna-se um ponto de atenção no mercado doméstico, visto que a maior disponibilidade interna pode pressionar os preços dos produtos brasileiros.
As informações são do IMEA.