Custos da pecuária leiteira iniciam segundo semestre em queda
21-08-2023 15:29:15 Por: Gabriela Murgel, Boletim do Leite Cepea. Foto: Sebastião José de Araújo/Embrapa
Os custos da pecuária leiteira iniciaram este segundo semestre em baixa, continuando o movimento baixista observado nos últimos meses. O Custo Operacional Efetivo (COE) da atividade recuou 0,41% em julho, considerando-se a “média Brasil” – formada pelas principais bacias leiteiras do País (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). A queda continua atrelada às desvalorizações dos concentrados e dos adubos e corretivos. Nos primeiros sete meses do ano, os custos da atividade acumularam baixa de 6,15%.
O item que tem mais peso nos desembolsos anuais de uma propriedade leiteira é a dieta dos animais, especialmente, o concentrado. Em julho, esse grupo registrou desvalorização de 1,22% – dando continuidade ao movimento de queda iniciado em março/23. As reduções nas cotações do milho, devido à colheita da segunda safra, continuaram influenciando na retração nos valores dos concentrados no mês.
A desvalorização mais intensa dessa categoria de insumos, de 6,89%, foi registrada no estado de SP.
O grupo de adubos e corretivos, por sua vez, recuou pelo sétimo mês consecutivo do ano, acumulando baixa de 19% no período. Em julho, os preços de adubos com fosfato e potássio na composição apresentaram, na sua maioria, redução. Por outro lado, os valores de fertilizantes com alta concentração de nitrogênio, como no caso da ureia e de alguns formulados, avançaram entre junho e julho.
Na “média Brasil”, os grupos de medicamentos voltados para controle parasitário e antimastíticos apresentaram leve elevação em julho. Alguns colaboradores do Cepea relatam que a aquisição de novos lotes de medicamentos contou com o repasse de valores mais altos
por parte de laboratórios e fornecedores, o que explica esse aumento pontual nos preços de alguns produtos.
Relação de troca – Foram necessários 21,5 litros de leite (captado em junho) para a aquisição de uma saca de 60 kg de milho em julho/23, apenas 0,5% maior frente ao mês anterior, quando foram necessários 21,4 litros. Apesar disso, a relação de troca registrada nos últimos dois meses está abaixo da média dos últimos 12 meses, de 28,4 litros, indicando melhora no poder aquisitivo do produtor.
As informações são do Boletim Cepea.