Apesar da desvalorização dos grãos, custos seguem estáveis em fevereiro
21-03-2024 10:43:56 Por: Victoria R. Paschoal, Boletim do Leite Cepea. Foto: Pixabay
Em fevereiro, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável na “média Brasil” – formada pelas bacias leiteiras de BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS. O resultado reflete a desvalorização da ração, mas também o encarecimento de outros insumos.
Os insumos voltados à dieta do rebanho, como a ração, seguiram em queda em fevereiro, acompanhando a tendência observada nos mercados de grãos. Na “média Brasil”, os custos com dieta recuaram 0,3% frente a janeiro.
Tendo em mente que este grupo é o que mais pesa nos custos de produção da atividade leiteira, estratégias de compra desses insumos são importantes nesta atual fase de baixa, para que o produtor mantenha a sua atividade rentável em períodos mais desafiadores.
Por outro lado, o custo com mão de obra subiu 5,6% na “média Brasil”, puxado pelo reajuste salarial anual efetuado no Rio Grande do Sul (de 4%) – nos demais estados, os novos valores já haviam entrado em vigor em janeiro. Vale ressaltar que os desembolsos com o salário de colaboradores correspondem ao segundo item de maior peso nos custos de produção efetivos das propriedades de leite típicas acompanhadas pelo Cepea.
Após quatro meses de queda, os custos com operações mecanizadas subiram 1,2% em fevereiro, devido sobretudo à valorização do diesel. Esta, por sua vez, se explica pela elevação das alíquotas do ICMS que incidem sobre os combustíveis.
Ainda em fevereiro, houve alta de 1% nos custos com sanidade na “média Brasil”, em decorrência da elevação nos preços dos medicamentos, especialmente os antibióticos e antimastíticos. Colaboradores do Cepea informaram que o encarecimento dos medicamentos esteve atrelado aos reajustes nos preços de importantes ativos utilizados nestes produtos.
Apesar de os custos não terem cedido, a alta nas cotações do leite ao produtor ainda favoreceu positivamente a margem do produtor. Cálculos do Cepea indicam que, de janeiro para fevereiro, a receita total das propriedades modais subiu 4,4% na “Média Brasil”, fazendo com que a margem bruta do leite avançasse 9 centavos por litro (ou aumento de 44,9%).
Relação de Troca – Em janeiro, houve melhora na relação de troca do pecuarista leiteiro, resultado da combinação da valorização do leite e da desvalorização do milho. Neste cenário, o produtor precisou de 30,8 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão. Ainda assim, a relação de troca está acima da média dos últimos 12 meses, de 27,3 litros/saca.
As informações são do Boletim do Leite Cepea.