Farelo de Soja: Greve na Argentina e alagamento no RS elevam preços no BR

A greve na Argentina (principal exportador mundial de farelo de soja), iniciada no dia 9 de maio, deixou compradores globais em alerta, ao mesmo tempo em que resultou no aumento da demanda pelo derivado brasileiro. O excesso de chuva no Rio Grande do Sul (segundo maior estado produtor de soja do Brasil), porém, prejudicou a logística no estado, limitando a oferta disponível no spot e gerando tensão especialmente entre representantes de fábricas de ração. Do lado da procura doméstica, consumidores, que vinham adquirindo apenas pequenos lotes, estiveram mais interessados em comprar volumes maiores de farelo na primeira quinzena de maio.

Esse cenário de maiores demandas externa e interna elevou os prêmios de exportação e os preços domésticos do derivado. Na média das regiões acompanhadas, o farelo se valorizou expressivos 8,7% entre abril e a primeira quinzena de maio. Já no comparativo entre as médias de maio/23 e a parcial de maio/24 (até o dia 15), observa-se baixa de 6,5%, em termos reais (IGP-DI, de abril/24).

Exportação – O apetite externo pelo farelo de soja brasileiro vem crescendo há alguns meses. No acumulado do primeiro quadrimestre, os embarques do derivado foram recordes, somando 7,43 milhões de toneladas, volume 21,5% superior ao registrado no mesmo período de 2023, de acordo com dados da Secex. Em abril, especificamente, saíram dos portos brasileiros 2,3 milhões de toneladas do produto, também um recorde para o mês e a maior quantidade desde agosto/23. A Indonésia e a Tailândia seguem como os principais destinos do derivado nacional.

As informações são do Boletim do Leite Cepea.