Derivados lácteos registraram alta de preços em junho, mas cotações perderam força

O mercado de leite e derivados apresentou comportamento distinto ao longo do mês de junho. Após altas consecutivas iniciadas em janeiro de 2024, o mercado perdeu força, sobretudo na segunda quinzena de junho. Os preços médios de junho ainda ficaram acima de maio, mas o cenário mudou. Maio foi marcado por forte elevação nas cotações devido às enchentes no Rio Grande do Sul, menor importação, entressafra e demanda firme, segurando os preços. Já em junho a situação se inverteu, com demanda um pouco mais fraca e importações voltando a subir. No mercado consumidor, os repasses seguem ocorrendo, com varejistas buscando melhores margens.

Conseleites sinalizam alta nos preços - As sinalizações dos Conseleites para o pagamento do leite entregue em junho apontaram aumento de preços em todos os Estados, em linha com o movimento de valorização média dos derivados lácteos e preço no mercado Spot. No Paraná houve a maior elevação no indicador. Portanto, as referências médias sinalizaram alta de preços do leite.

Preço do milho recua, mas soja segue firme. Real tem forte desvalorização - Os preços de milho registraram queda em junho, pressionados pela maior oferta do cereal e avanço na colheita da safrinha. Já no mercado de soja, as cotações tiveram valorização no mês, com um cenário um pouco pior para a safra dos Estados Unidos e produtores retendo a comercialização da oleaginosa no Brasil. Além disso, a forte desvalorização do real deu maior sustentação aos preços. O real se desvalorizou 8,9% em relação ao dólar na comparação de maio até final de junho, com a piora do cenário fiscal brasileiro no centro das atenções. Pressões sobre a autonomia do banco central também têm causado volatilidade no mercado. No caso do boi gordo e bezerro as cotações seguem desvalorizadas, com forte queda na comparação anual.