Farelo de Soja: Maior oferta desafia indústria quanto à comercialização

22-07-2024 15:23:13 Por: Débora Kelen Pereira da Silva, Boletim do leite Cepea.

Farelo de Soja: Maior oferta desafia indústria quanto à comercialização
Os preços do farelo de soja caíram no mercado doméstico, na primeira quinzena de julho. Além de acompanhar as baixas da matéria-prima, os valores também foram influenciados por estimativas indicando maior processamento da oleaginosa para produção de óleo de soja – vale lembrar que esse cenário pode gerar excedente de farelo, desafiando indústrias na comercialização do derivado.

De acordo com a Conab, o esmagamento da soja está estimado em 52,53 milhões de toneladas para a safra 2023/24, um recorde, e o que geraria produção também recorde de farelo, de 40,19 milhões de toneladas.

Representantes de indústrias relatam não ter grandes expectativas para as exportações de farelo, uma vez que a Argentina deve atender boa parte da demanda internacional. A Conab projeta os embarques brasileiros do derivado no menor volume desde a temporada 2020/21, em 20 milhões de toneladas nesta safra.

Ressalta-se que, no acumulado do primeiro semestre, as vendas externas de farelo somaram 11,5 milhões de toneladas, um recorde para o período e 6,5% acima da quantidade exportada no 1º semestre de 2023. A Indonésia e a Tailândia seguem como os principais destinos do derivado brasileiro.

Quanto aos consumidores locais, avicultores, suinocultores e representantes de fábricas de ração estiveram afastados das negociações envolvendo grandes volumes na primeira metade de julho, buscando abastecer os estoques somente quando necessário, à espera de preços mais baixos nos próximos meses. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o farelo de soja se desvalorizou 2,7% entre a média de junho e a da primeira quinzena de julho.

As informações são do Boletim do Leite Cepea.