Custo com nutrição do rebanho eleva COE, mas margem se mantém firme
21-10-2024 16:10:34 Por: Victoria R. Paschoal e Sérgio P. Lima. Boletim do Leite Cepea. Foto: Suvrajit S/Unsplash
Em setembro, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 0,72% em relação ao mês anterior, na “média Brasil” (bacias de BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). Com o resultado, o COE acumula leve variação negativa de 0,06% na parcial de 2024.
Apesar do aumento mensal no COE, a elevação no preço do leite pago ao produtor refletiu em uma melhora na margem bruta, que passou de R$ 0,83/l em agosto para R$ 0,87/l em setembro. Os cálculos são do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro.
O longo período de seca em 2024, intensificado pela alta incidência de focos de queimadas em diversas regiões do País, tem dificultado a manutenção dos rebanhos por parte de pecuaristas, elevando a necessidade de compra de insumos voltados à nutrição animal, que já apresentavam demanda acima do esperado devido à falta de pastagens disponíveis.
O milho foi cotado à média de R$ 62,60/saca de 60kg em setembro, alta de 5,07% em relação à de agosto; para a soja, a valorização foi semelhante, de 5,02%, a R$ 139,90/sc de 60kg, em média.
Dentro do mercado de suplementos, colaboradores do Cepea têm relatado dificuldade por parte da indústria na aquisição de matéria-prima para produção de fosfatados, o que reduziu os estoques desses insumos em algumas revendas no País. Nesse contexto, as cotações do concentrado subiram 0,57% na “média Brasil” de agosto para setembro. Para as categorias de suplementos, a alta foi de 0,38%, também na “média Brasil”, sendo o quarto mês consecutivo de aumento. Assim, produtos dessa categoria acumulam valorização de 1,97% na parcial de 2024.
Entre os produtos de manejo sanitário, enquanto Medicamentos de uso tópico e Controle Parasitário registraram altas na “média Brasil”, com destaque para controle parasitário, de 0,52%, o grupo de Vacinas, Antibióticos e Antimastíticos caiu, sobretudo para antibióticos (1,64%).
Os preços médios de adubos e corretivos apresentaram comportamentos distintos entre os estados acompanhados, subindo 1,96% na “média Brasil”. Para Defensivos Agrícolas, foi observada estabilidade no período, com algumas regiões do País relatando previsão de atraso no cultivo da safra de verão, em decorrência da baixa ocorrência de chuvas na segunda quinzena de setembro.
Relação de troca – Agosto trouxe uma nova reação no preço do leite pago ao produtor, enquanto o milho se valorizou 4,12%, reduzindo o poder de compra do produtor. No mês, foram necessários 21,6 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão, 2,68% a mais que em julho/24, mais ainda abaixo da média dos últimos 12 meses, de 26,3 litros por saca.
As informações são do Boletim do Leite Cepea.