As informações são do Boletim do Leite Cepea.
Apesar de estabilidade nos preços das rações, custos seguem em alta pelo sexto mês consecutivo
20-03-2025 15:18:40 Por: Victoria R. Paschoal e Sérgio P. Lima. Boletim do Leite Cepea. Foto: Marcos La Falce/Embrapa

Os custos de produção da pecuária leiteira mantiveram-se em alta em fevereiro. Cálculos do Cepea mostram que o Custo Operacional Efetivo (COE) teve avanço de 0,49% em relação a janeiro/25, considerando-se a “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). Apesar da aparente estabilidade nos preços da ração, o encarecimento de outros insumos reforçou o movimento de alta.
Em fevereiro, a saca de milho apresentou valorização de 8,88%, enquanto a saca de soja se desvalorizou 2,27%. Apesar das oscilações nos preços das matérias primas, as cotações praticadas nas casas agropecuárias tenderam à estabilidade (-0,04%) na “média Brasil”, devido à redução da demanda – nesse período do ano, o consumo de ração em propriedades de pequeno e médio portes diminui dada a maior disponibilidade de forragem. Por outro lado, a suplementação mineral seguiu em alta pelo nono mês consecutivo. Mesmo com a desvalorização do dólar, repasses continuaram sendo realizados pela indústria em fevereiro, elevando a “média Brasil” em 1,13% em fevereiro.
No grupo de insumos agrícolas, o preço médio de adubos e corretivos avançou 0,18% na “média Brasil”, refletindo a maior demanda gerada pelo cultivo da segunda safra. A categoria de defensivos agrícolas também registrou elevação, de 1,1%. A procura aquecida está relacionada ao uso desses produtos nas pastagens após um período chuvoso, dado o aumento do desenvolvimento de pragas.
Os custos com operações mecanizadas também subiram em fevereiro, em 3,23% na “média Brasil”, impactados pela alta nos preços do diesel e reajustes nas refinarias, juntamente com os aumentos nas alíquotas do ICMS registrados no período. Com diversas regiões realizando o cultivo de silagem, o custo dessa parte da nutrição tende a ser mais elevado por tonelada nesta safra. Quanto aos dispêndios com colaboradores, segundo item de maior peso no COE das propriedades de leite típicas acompanhadas pelo Cepea, houve alta de 5,44% em janeiro e de 0,92% em fevereiro “na média Brasil”, dados os reajustes salariais regionais e nacional nesse início de ano.
Poder de Compra – Em janeiro, o produtor de leite precisou de 28 litros para adquirir uma saca de 60 kg de milho, 0,9% a menos que no mês anterior. Enquanto o cereal se valorizou 1,71% (para R$ 74,17/sc de 60 kg), o preço médio do leite subiu 2,66% (R$ 2,65/litro). Ainda assim, o resultado de janeiro voltou a ficar acima da média dos últimos 12 meses (24,8 litros/saca).