Milho: Compradores ausentes mantêm baixa liquidez
19-02-2022 16:58:11 Por: Carolina Camargo Nogueira Sales, Boletim do leite Cepea
Mesmo com recentes estimativas indicando redução na produção brasileira de milho da atual temporada, os preços internos seguiram praticamente estáveis na primeira quinzena de fevereiro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Esse cenário se deve ao enfraquecimento da demanda.
Consumidores estão resistentes em adquirir o cereal nos atuais patamares e, com isso, trabalham com o produto em estoque. Vendedores, por sua vez, estão concentrados na colheita de soja e sem necessidade de “fazer caixa”.
Entre 31 de janeiro e 15 de fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) caiu leve 0,9%, fechando a R$ 96,55/saca de 60 kg no dia 15. Nessa região, que é marcada por um grande número de demandantes, compradores relatam estoques confortáveis. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do cereal subiram 1% no mercado de balcão (ao produtor), mas recuaram ligeiro 0,4% no de lotes (negociação entre empresas).
No campo, produtores começam calcular as perdas causadas pela falta de chuvas. Os relatórios divulgados em fevereiro pela Conab e pelo USDA já apresentam reajustes negativos na produção, influenciados pela queda na safra verão, que teve a produtividade prejudicada pela seca entre novembro e dezembro, período de enchimento de grãos.
A Conab estimou, neste mês, safra 2020/21 de 112,34 milhões de toneladas, queda de 600 mil t em relação ao relatório de janeiro/22, mas ainda a maior da história. Para o USDA, a produção brasileira se reduziu em 1 milhão de t, para 114 milhões.